239 - A saudade não mata | mas já foi à 9 anos...

- Foi à 9 anos que perdi o meu primeiro animal de estimação (...) e aquilo foi como se me arrancassem o coração fora - 


Era o ano de 1999 e eu estava de férias na maior, chego a casa  tenho um cachorinho tarrequinho super simpático, fiquei tão feliz. Essas foram as melhores férias da minha vida. Nunca tinha pedido um animal de estimação aos meus pais, apesar de eles saberem que eu adorava. 






Era tão tudo para mim, ele era tão mais do que simplesmente um cão que se pirava quando apanhava o portão aberto e que ia dar o giro, passado 40-60min voltava, sentava-se de frente para o portão da garagem e ladrava uma ou duas vezes para entrar novamente.

Bem lembro-me claramente de todas as vezes em que ele me limpou as lágrimas, em diversas situações, que ficou a olhar para mim com cara de chateado, porque descobriu que eu andava a fumar às escondidas, comia os meus pedaços dos finais das torradas, corria que se fartava. Bem, ele era tudo, era a alegria daquela casa.

O Bizy, não era efetivamente meu, mas é uma grande parte de mim, era do meu irmão, mas, como ele foi para a tropa nós ficamos de cuidar dele. Ainda foi atropelado umas contas vezes e uma delas eu vi, e as vezes sonho com isso e no quanto amor ele tinha por nós e voltava sempre até ao último suspiro.



Nascem a saber amar é o que dizem e por isso vivem menos, para que nós, humanos ingénuos possamos aprender muito com eles. - ai que eu tenho tantas saudades - .

Estava na aula de matemática, no segundo tempo. Ele já estava hospitalizado, porque já não conseguia andar, comer, beber e fazer as necessidades. Nós temíamos o pior, porque falha renal é muito difícil de tratar, ainda por cima quando nós adiamos o internamento porque pensávamos que ele estava com falta de apetite por alguma coisa que lhe deram numa das suas fugas. Recebi uma chamada. Era o meu irmão. Foi como me arrancassem o coração, fiquei vazia, sem saber o que fazer, o meu último beijo, abraço, festa, olhar foi no dia anterior e eu senti que era a última vez, vejo-o claramente na minha mente, como se tivesse acontecido ontem. Ele a olhar para nós e a agradecer por estarmos ali com ele.



Desliguei a chamada e comecei a chorar, lágrimas de saudade, e tinha sido à 1min. Mas era saudade, vazio, dor. Era a primeira morte que enfrentava de alguém tão próximo de mim.

Cheguei a casa e nem queria entrar, queria que ele estivesse ali. Abrir a porta de casa todas vezes e ver que ele não estava no pátio, partia-me o coração em mil pedaços.



A saudade não se cura com outro animal, mas apazigua, passado um ano e meio o Flock veio alegrar a minha vida.

Comentários

  1. E uma dor que nem todos entendem, para nos é como um membro da família. Também tenho umas saudades dessas, foi ha pouco mais de um ano e ainda dói...

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    1. Infelizmente para mim é uma dor que nunca deixa de doer. Eles amam-nos de uma maneira que eu não sei explicar. São tão, transparentes! Força!

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